sábado, 12 de setembro de 2015

O tempo das esperas, Alexandre Marino


 

 
                                                      Para Nádia

 

Quando de nós nada restar além da alma,
e tudo for passado ao fim do futuro,
faça de contas que a luz quando se apaga
não torna mais ausente o que é escuro.

Faça da ausência uma doce harmonia
que vem e traz o tempo entre pausas,
guarde no caderno de sonhos esses dias,
para que também não restem traumas.

Mire o horizonte além de outras ilhas
e além dos limites das jaulas e das celas.
Já desvendamos os possíveis enigmas
e nossa vida para sempre será terna.
Por certo terá sido longa, mas como medi-la
se não podemos contar o tempo das esperas?




 

 


 

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