segunda-feira, 9 de maio de 2016

Poemas Mariel Reis






DIABETES
 
Servos da morte
Nas raias sanguíneas,
Gigóias letais.



FRISSON
 
A mão nervosa
Esvoaça nas pernas,
Pomba aflita.




Após passei ao tanka, adicionando livremente dois versos de sete sílabas - às vezes ultrapasso - à forma do haicai:




POMAR DOS SUSSURROS

Mordeu a maçã.
Sussurrou: "É um pomar.
Não é um jardim".
Ajeitou os cabelos, e
Logo guardou os seios.



VESTÍGIOS

Sobre os próprios rastos:
Cabelos, pele, unhas...
Está a noite,
Um mapa cego.
As brasas do desejo.



ENCONTRO
 
Neblina na floresta.
Nuvens conversam
Com as raízes.
Depois sobem mansas
Com relatos dos amantes.


CARÍCIAS
 
Em minha caminhada
Gravetos e folhas
Estalam sob os meus pés.
Sobem os ruídos
De gozo da amante.



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